31 de dezembro de 2010

O "ANALFABETO" ARRASOU





"O presidente Luiz Inácio chega ao fim do segundo mandato. Termina com 87% de aprovação popular. Pode dizer no seu melhor estilo que nunca antes na história de uma democracia um governante conseguiu tal consagração. FHC acabou seus oito anos com míseros 26% de apoio da população. Para mudar é preciso, às vezes, mudar-se. Luiz Inácio mudou. E ajudou a mudar um pouquinho o Brasil. Falta muito. Mas está um pouquinho melhor do que antes. Ao contrário do que alguns andam dizendo, o governo do PT foi muito bem em educação. Recuperou e ampliou as universidades federais. Arrasou ao adotar o ProUni e o Reúne. Deu show ao estimular a política de cotas. Fecha com chave de ouro com a decisão do Itamaraty de reservar vagas para afrodescendentes nos concursos para diplomata.
   O orçamento do Ministério da Educação pulou de R$ 29 bilhões para R$ 67 bilhões no reinado de Luiz Inácio. O Bolsa-Família, política de Primeiro Mundo, existente, com outros nomes, nos países mais desenvolvidos e decentes do planeta, diminuiu desigualdades, distribuiu renda, deu de comer a muita gente, gerou empregos e acionou a economia em milhares de pequenas cidades. Só insensíveis, reacionários destemperados e sócios eternos do clube do ódio à esquerda continuam sem reconhecer os méritos das políticas sociais de Luiz Inácio. [...] O acusado de não dominar a língua mostrou-se o nosso melhor comunicador. [...]  O Brasil atravessou a pior crise financeira internacional depois de 1929 como se, de fato, não passasse de uma 'marolinha'. [...] Neste último dia de 2010 e do seu mandato, Luiz Inácio deve conceder refúgio a Cesare Battisti. Se o fizer, demonstrará independência, coragem e capacidade de compreender a natureza dos crimes políticos. O 'analfabeto' fez o doutor comer poeira. Poderia ter sido melhor do ponto de vista da esquerda, o que talvez fosse pior para o Brasil. Poderia ter sido pior do ponto de vista da direita, o que seria melhor para ela. Há males que fazem algum bem. Feliz 2011".
Juremir Machado da Silva

(Trechos retirados da coluna do professor, jornalista e escritor Juremir Machado da Silva no jornal Correio do Povo de Porto Alegre do dia 31 de dezembro de 2010). 

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